sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Minha vida em alguns bits

Quem sabe sabe: ficar sem o querido computador é como se arrancassem um pedaço dagente.
Me lembro quando meu PC, aquele que tem toda a minha vida, todos meus arquivos de música, foto, jogos (queridos jogos) e a coisa mais valiosa que é internet, meu meio de comunicação e forma de não ficar tão sozinho, me lembro quando tudo isso simplesmente parou de funcionar.
Fiquei pensando em o que seria de mim se agora meu computador resolvesse desligar sozinho e não avisar mais quando volta. Seria quase como voltar pra idades pré históricas da civilização. Com certeza eu iria TENTAR dormir, é tudo o que teria pra fazer.
Puxa, sou completamente dependente do computador pra não ficar sozinho, e cada vez mais me afundo nele...
E é verdade mesmo tudo isso que to escrevendo!

Substituição

Não venham me entender errado ou fazer um mau juízo do que vou dizer agora: todo mundo é substituível.
Isso me vem a cabeça logo após pensar que, queiramos ou não, a vida tem um fim concreto, morte do corpo. Logo também tem fins abstratos, como mudanças radicais no cotidiano, sonhos, frustrações e todo o tipo de coisa que acaba metafisicamente com a vida.
É sobre esse ponto de vista que comecei a ver que todo mundo é substituível, e que isso não é nenhum tipo de niilismo ou negatividade da minha parte. Substituímos uma pessoa por outra quando aquela nos faz muita falta por qualquer razão que seja.
Vivo dizendo que ninguém é igual a outra pessoa, principalmente os queridos - não adianta tentar encontrar uma pessoa muito querida a não ser nela mesma! - e continuo batendo o pé a respeito disso. Mas, em algum momento, em caso de qualquer um dos "fins" citados acima, sentimos falta daquilo que a certa pessoa nos fazia, daquilo que nela nos deixava completos, e, dessa forma, partimos pra procurar não mais a pessoa especial, mas aquilo dela que nos completava.
Em um primeiro momento não há maldade alguma nisso que estou dizendo, e é por aí que eu paro, na mera constatação de que nós somos seres desejantes de coisas, e tentamos conseguir o que queremos e precisamos. Amigos, namorados, pais, irmãos, padre e padeiro da esquina, todos são substituíveis no momento em que deixam de existir definitivamente nas nossas vidas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Licença poética

Em casa, toco piano.
Cada uma das músicas mais lindas que consigo tocar vendo a tarde se por.
Toco pra não ficar sozinho.
E as notas são pra você, Laís.

Falta de... falta de... falta de... ??

Tô fazendo tudo errado.
Sei como se faz, sei por que é assim que faz, sei o que eu ganho com isso.

Mesmo assim faço tudo errado.
Que raio que acontece?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A respeito do post anterior:

Como são fodas os filmes em que as personagens são contruídas aos poucos e a gente não consegue ter raiva total delas ou compaixão total. Mesmo no final do filme perdura aquele "gostinho" de que eles são tão humanos quanto eu.

Eu que não fumo pedi um cigarro

Meu maldito core obscuro do cérebro, o mesmo que funciona a mil pra me trazer os sonhos enquanto durmo, não parou de funcionar. Passou uma semana inteira dando voltas e mais voltas nele mesmo e na cabeça toda e foi pras mãos pros pés pro coração pra barriga pra boca do estômago e ainda não decidiu o que fazer.
Sempre uma decisão difícil: Enishi Vs Kenshin. Enishi Vs Kenshin.
Quanta força ainda terei que usar para não escolher Willian 'Bill' Munny?

Então o Little Bill Daggett está deitado no chão e diz:
- I don't deserve this... to die like this. I was building a house.
- Deserve's got nothing to do with it.

Easy come, easy go

De repente, de repente mesmo... me passou pela cabeça que pode ser que eu tenha que mudar alguma coisa.

Acasos

É incrível pensar que os queridos e memoráveis acasos acontecem pra mim APENAS dentro de três variáveis. São elas: estou sentado e o lugar ao lado está vazio/ tenho que me sentar e só há um lugar vago, estou bêbado com Mura no level mil, ou estou sentado/ terei que sentar e estou bêbado.
Não tô fazendo nenhuma alusão boba a bebidas, só estou constatando que a ligação entre uma coisa e outra é constante.
Sair de casa também é quebrar a rotina, e quando quebramos a rotina temos uma percepção mais aguçada daquilo que está acontecendo ao nosso redor. Acasos queridos NECESSITAM de uma percepção maior do mundo, precisam de um algo a mais de nós mesmos pra acontecer.
Puts, não é por nada... nem sei porque comecei a ligar os fatos sem motivo...

Música para além do som

Sobre um post recém escrito:

Se eu tivesse conhecido Pink Floyd num momento ruim da minha vida, com certeza estaria até hoje sem conseguir ouvir Dark Side of the Moon para além do Breath, ou no máximo On the Run.
Quando ouço as músicas do Morphine, apesar de me identificar com o som e achar o máximo aquele sax, começo a me lembrar do momento em que conheci a banda, de tudo o que eu estava passando, do MSN, blogs alheios... "All wrong", "I'm Free now", pulo as músicas pra, quem sabe, voltar mais tarde e conseguir ouvi-las.
Por outro lado, tem o Tom Waits. Esse eu descobri sozinho em sua áurea época do Rain Dogs, Mule Variations, álbuns mais conhecidos e até premiados. Só não conhecia mesmo seus primeiros momentos, aqueles do Closing Time e assim por diante. "Had me a girl" foi o ponto de partida para a redescoberta - my doctor says I'll be alright but i'm fellin' blue.
Acho que é pela simplicidade das letras e das melodias que consigui encaixar esse Waits mais antigo nos momentos que passei, justamente esses mesmos momentos que me afastam do Morphine. Veja só: a já citada Ol'55, com seu "just wishing I'd stayed a little longer" traduziu meus pensamentos de primeira; Old Shoes me confortava trocando minhas mágoas por um certo carinho ao perceber "that we'd lost the magic we had at the start" mas ainda sim havia a despedida à garota "with the sun in her eyes"; Grapefriut Moon com "every time I hear the melody, something breaks inside" não há 'melody' alguma, mas também coube como uma luva;
"And I hope that I don't fall in love with you 'cause falling in love just makes me blue", "I'm glad that you're gone, got the feeling so strong, but I wish to the Lord that you come home", "house where nobody lives"... tudo simples e sem frescura.
Tom Waits me deu força pra continuar, pra me lembrar que a vida não é quase nada de especial e que ela acontece e pronto, que a gente fica triste mesmo quando as coisas dão muito errado - coisa que o Mura sempre soube! Morphine só me traz recordações ruins apesar de seu som fu-di-do.


PS I: sempre pulei a "Martha" do Waits. A princípio por achar muito triste que isso fosse acontecer comigo, de num futuro qualquer eu estar num telefone tentando falar com alguém pra poder dizer coisas que não havia dito no momento que deveria ter dito "it's been so many years", mas depois foi por pensar que a melancolia de "those were days of roses..." poderia não ser pra mim, mas pra outra pessoa.
PS II: devo dizer que imediatamente antes de começar a ouvir Morphine e Tom Waits eu passava as tardes com o The Wall martelando minha cabeça.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Não estão prontos e, acho, não estarão

Me lembro que conversávamos por mensagens de texto, eu aqui e ela lá, sobre como as pessoas não estão prontas pro amor. Me lembro de estar convicto disso quando falei "não estão prontas pro amor" e ainda acho que não estão.
Por um segundo eu ligo o meu "bom senso" e penso que as vezes sou eu quem está ultrapassado naquilo que é o amor. Mas isso não é a verdade, porque as pessoas mesmo é que não estão prontas.
Há um certo limite para até onde você pode chegar numa relação interpessoal, principalmente a dois. Porque a três, quatro, cinco, assim por diante, a coisa não parece precisar muito de amor mesmo, precisa mais é de uma coragem estranha que se confunde mesmo com a mesma bolha que impede as pessoas de se tocarem.
Bom, quanto ao amor a dois, existe esse limite imposto pela vontade de ser aquilo que eu quero aparentar ser, e não vontade de ser aquilo que já sou. Amor demais é perigoso e pode por tudo a perder, inclusive nosso cabelinho arrumado. Não deveria ser perigoso, mas o é a partir do momento em que perdemos outras "oportunidades" da vida, perdemos a nossa "liberdade" em função de algo abstrato e disforme.
Quando digo que as pessoas não estão prontas para amar é porque tenho certeza que elas possuem tantas coisas que tem muito medo de perder todas, tem certo medo de morrer e sumir da face da Terra. Ora, morrendo ou não o fato é que uma vida feita de seriados na televisão e R$50 conto de entrada num barzinho qualquer não produz uma conversa franca sequer.
Amor é pra quem pode.

Morphine

Ainda preciso aprender a ouvir Morphine sem relacionar com nada dos meus pré conceitos de quando conheci pra valer a banda. Tenho tudo pra gostar desse som pesado e denso, mas algumas lembranças me impedem de curtir o som por ele mesmo...

E foi assim mesmo

Ok, foi assim que aconteceu e me disseram pra dançar e me deram um boanoitecinderela pela metade e eu não dormia nem acordava estava no limbo vendo tudo o que me acontecia sem nem ao menos sentir nada ouvir minha voz ou outro som qualquer e logo depois fui voltanto voltando e não tinha mais ninguém por perto todo mundo dançava e curtia e bebia as coisas e continuavam de pé curtindo.
Digo que foi muito muito estranho estava com a bunda no chão e foi a primeira vez que percebi que tinha tênis canela joelho coxa e pernas e elas eram parte de mim assim como todo o resto que estava sentindo naquele momento uma vontade imensa de chorar de muita raiva e muita alegria de perceber que alí não era o meu lugar que era para onde todos iam e se empurravam pra entrar mas não fazia o mínimo sentido qualquer um de nós estar alí.
Foi daí em diante que saía e voltava pra casa quando percebia que era de coração.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sobre um bando de coisas

Se eu fosse realmente muito feio, e não ligasse realmente pra nada, com certeza já estaria muito longe de onde estou agora.
Sim, estive pensando que o medo de ser nada é que me deixa pregado no chão, pensando em possibilidades imbecis de sobrevivência, ao invés de mais possibilidades de vida. Quanto medo de levar um mera porradinha na cara, um pisão no dedo do pé, aquele dedo que na real nem dói tanto quanto um dedinho que foi de encontro ao pé da mesa.
É dessa beleza não somente física e sensorial mas também duma beleza de alma, aura, espírito, essa beleza de tentar ser Jesus Cristo, ou pior, Maria Imaculada, que me fizeram um homem com carinha de bumbum de bebê, cabelinho escovado e um baú cheio do que é mais podre em mim.
Apodreceu porque não deixei que surgisse quando devia, ficou para trás por pensar que eu seria pior se fosse mais vivo.
Morto desde criança, agora tento deixar de ser zumbi.