sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal e um próspero Ano Novo!!

Acho o Natal e o Ano Novo dias muito errados.
Não consigo aceitar que essas datas comemorativas sejam dias tão especiais quando não passam de propagandas para vender geladeira ou pacote de viajem para Salvador. Puxa vida, que história é essa de que a gente TEM que ser feliz?
A casa cheia, repleta de comida, presentes embrulhados escondidos no armário, roupa limpa, e, quando ponho o pé pra fora de casa me pedem "por favor posso lavar o seu carro por R$5?". Não consigo aceitar que essa pompa toda é pura propaganda de televisão. Tomei no rabo feio, e foi pra aprender desde criança: pedi pra minha mãe um videogame de natal porque um amigo iria ganhar um, mas como me negavam o aparelho comecei a discursar que aquela pessoa seria muito mais feliz que eu pois ela poderia desfrutar quando quisesse dos jogos e da diversão garantida, e eis que me retrucaram sem nenhum rodeio que "aquele garoto da foto do cartão pra doar R$5 vai ganhar um tênis que seu pai doou porque ele não tem nem uma família". Como fui besta.
Que raio de "espírito natalino" é esse que nos faz enfeitar nessa data, colocar luzes e reunir a família, com um sonho de que no ano que vem tudo será melhor? Ora, é apenas uma data, um marco, o mundo surgiu, o homem cagou pela primeira vez, as coisas acontecem, e nada disso depende de uma data pra acontecer. Essas datas são criações nossas, e nos apoiamos nelas por desespero diante da vida sem sentido. (atenção, generalização à frente) Vivemos sem sentido algum a não ser o trabalho e a compra de coisas que nos deixe menos estressados para poder trabalhar mais e mais.
Odeio o Natal e o Ano Novo e essa idéia de que é uma data que DEVE ser comemorada de uma forma diferente do que um dia comum. Que porcaria é essa de fogos de artifício na beira da praia? Besteira! "Meu sonho é ir pro Rio ver a queima de fogos". Ah, por favor. E o raio da frustração dos coitados que jamais poderão ir para o Rio, salvo de buzão, amontoado, pra passar dias numa casa alugada, fruto de MUITO trabalho.
Droga de televisão que põe na cabeça da galeira que SER FELIZ É SER BONITO, é estar de branco, descalço e pulando ondas numa cidade a mais de 300Km de onde essa pessoa mora. Droga de obrigação de ser feliz quando não se é possível mesmo, quando o esforço nos esgota e não aproveitamos nada, quando perseguimos um sonho inventado que dura apenas um dia, quando nos sentimos culpados por não poder fazer dessa data aquilo que vemos na TV. Porra de Papai Noel vermelho, entregador de presentes comprados a prestação, às pressas, sem valor sentimental.
Porra de esperança em acreditar que aquele dia será mais feliz que um dia comum.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Auto-sabotagem

A respeito desse POST, nem tão antigo:

Auto-sabotagem.
A Laís acertou de primeira!
Fico nesse jogo em que vivo: faço o que eu piamente acredito que é o certo de se fazer pra poder viver ou faço o que todo mundo faz e dá certo?
Acabei de ler aquele livro "Ismael" e me sinto como o tigre que fica na jaula se perguntando "Porque? Porque? Porque?" - leiam pra entender o que quero dizer.
Realmente acho que o mundo tá todo errado e a gente vive em direção duma robotização da vida absurda, uma robotização com maquiagem de "liberdade". Puxa, liberdade hoje, se formos bem a fundo, seria traduzida como "liberdade de consumo e fetiche da mercadoria". Foda foda foda, mas é o que é.
Arranjar trabalho, "se esforçar" pra ser o melhor, "subir na vida"... tudo isso é só pra poder comprar as coisas que a gente precisa pra poder se desligar do trabalho. Pra que tanto trabalho??? Ora, pra comprar uma TV maior, um computador com mais jogos/pornografia, viajar para todos os pontos turísticos do mundo, comer carne de outro lugar. Que bosta, se não faço isso sou um grande perdedor, alguém que deixou a vida passar.
Entendem o que quero dizer agora?
E você acertou em cheio, senhorita Laís: só mesmo me auto-sabotando pra poder "entrar no eixo", "andar nos trilhos" - triste.