terça-feira, 29 de maio de 2007

Travesseiro de ventos

O post anterior, por incrível que pareça, nada tem a ver com esse:

É como se eu estivesse no meio de uma chuva de plumas macias. Tudo é tão branco e agradável que fico até fraco, sinto uma vontade imensa de me deitar aqui para sempre, ouvindo essa melodia silenciosa que me faz fechar os olhos e sorrir sem motivo. Sorriso puro. Ao meu lado, ela respira devagar, num sono profundo de quem tem a mente de um anjo novo a quem o céu claro e infinito é sua casa.
Mas, ao longe, vejo uma asa negra se aproximando. Uma escuridao de fim do dia toma o lugar.
Nessa noite não há estrelas, tudo parece pequeno e indefeso. Tranco a porta, os ventos estão distorcidos e amargos, vindos em ondas de um lugar frio que deve estar muito longe daqui. Há algo de diferente no ar.
É agora que as horas acordam, os animais dormem. Silêncio. O lugar agora é infinito, não vejo as paredes, não vejo teto algum, o tempo é ainda mais impalpável e distante. Só sinto o vento gelado. Havia um sonho aqui, sabia que já vira algo bom. Mas isso tudo já se foi, a noite engoliu todas as coisas e as colocou para dormir. Menos eu, que ainda estou aqui, tentando descobrir onde estou. Me lembro dos sonhos que tive, me lembro de campos verdes aconchegantes que me chamavam para deitar na grama verde e quente que refletia o sol. Me lembro de portas douradas pelas quais encontraria o que estive procurando. Portas douradas de luz. Pelas quais entro e desço.
Ouço os sons da manhã. São os pássaros que saem de seus ninhos em direção do sol, à procura da vida que parece emanar dessa carruagem de fogo. Agora me acalmo, tudo é muito mais visível, as coisas são leves e o ar não machuca meu peito. Ela está ao meu lado, respirando devagar seu sono cheio de sonhos bons.
Assim que os primeiros raios tocam o céu, eu me elevo como um pássaro nesse labirinto em que vivo, procurando desvendar qual a verdade do mundo. Se é que existe alguma verdade.
Assim morrerá as assas da noite.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

A música - Parte 1

Do post anterior nasceu este aqui:

É a respeito da música. Posso passar horas divagando forte sobre ela. Em boa companhia nem vejo o tempo passar...

Não, é mais sobre tocar música.
Estive conversando esses dias a respeito de tocar música. E tocar música é como contar uma história. Existem duas formas mais comuns de se contar uma história, nenhuma é melhor do qua a outra pois os casos em que são usadas são um tanto particulares. Bom, a primeira forma é se contar uma história lendo diretamente do livro ou da referência. Os grandes mestres da escrita tomam todo o devido cuidado ao encadear as palavras e ao criar o esboço das imagens que querem que o leitor "veja". É como a música assim chama clássica, em que o músico segue a risca o que está escrito na partitura, empenhando toda a sua técnica e conhecimento para que seu som seja o mais fiel possível do que se está escrito. Outra forma de se contar histórias é ouvi-las e depois recontá-las com as palavras do próprio contador. A história será modificada na ua aparência, mas a estrutura estará toda lá. Assim é a música chamada popular ou todo o cosmos do jazz, músicas na qual o improviso é a parte excitante do som.
Como disse, não há certo nem errado e um estilo não anula outro, tanto que alguns grandes músicos mesclam um estilo no outro de forma sublime.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Abstinência

O post ainterior tem relação com este:

Hoje li algumas coisas que me deixaram realmente feliz. E muito.
Depois de tanto tempo com as responsabilidades e sem brachas para a internet, me deparo com tanta coisa boa pra ser lida.

Simples assim. Como um vento rapido e refrescante.

Só me restam sonhos bons...