domingo, 5 de junho de 2011

Vitrola quebrada

Lado A:
Não acredito em perdão

Lado B:
E não serei perdoado.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Estranho e não sei porquê,
Mas virginiano vai com a minha cara.

segunda-feira, 21 de março de 2011

In the end

No final, sempre fui sozinho mesmo.

E certa vez pensei e escrevi:

O EU bobalhão queima minha libido, é a escolha do pacifismo à VONTADE.

Quase todos me amam porque não represento perigo.
Isso não é ser livre.


segunda-feira, 14 de março de 2011

Fui criado no amor católico:
Amar é sofrer.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Consolação

Do Baden Powel com o Vinicius de Moraes

E se não tivsse o amor
E se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
Melhor era tudo se acabar

Eu amei, amei demais
O que eu sofri por causa de amor
Ninguém sofreu
Eu chorei, perdi a paz
Mas o que eu sei
É que ninguém nunca teve mais
Mais do que eu!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Joana

Enquanto espero, Joana me faz companhia:

"- Não gosta dele...
- Gosto. Mas eu nunca sei o que fazer das pessoas ou das coisas de que eu gosto, elas chegam a me pesar, desde pequena. Talvez se eu gostasse realmente com o corpo... talvez me ligasse mais... - São confidências, Deus meu. Agora vou dizer assim: - Otávio foge de mim porque eu não trago paz a ninguém, dou aos outros sempre a mesma taça, faço com que digam: eu estive cego, não era paz o que eu tinha, agora é que a desejo."



Outras Joanas: aqui e aqui

Fato

Perdeu o respeito, perdeu tudo.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Brutus

Só quando eu conseguir esquecer, ou quando acreditar que não foi nada de mais.
Até lá, farei tudo o que me pedir, do jeito que quiser.
Mas sem outras "pequenas vontades".

sábado, 29 de janeiro de 2011

A verdade

O que eu posso fazer?
Tento encontrar a verdade, tento dizer a verdade, tento fazer a verdade...

"A verdade é puta, a verdade é puta
A verdade mata, a verdade estupra"

Só quero liberdade.
Por favor.

Perdendo tempo

Tenho a impressão de estar perdendo tempo. Talvez por eu ser ainda jovem, e mesmo jovem, tenho muita juventude guardada que ainda não utilizei.
Quando sento na frente da TV e assisto qualquer coisa, qualquer propaganda ou programa, já começo a me sentir impotente e desperdiçado: muitas dessas séries, muitos desses filmes, todas as propagandas... são mera repetição do mesmo. Tudo se repete e se recicla com quase a mesma cara, pra não parecer algo estranho.
Fico pensando, como pode essa galera toda ficar assistindo e assistindo séries intermináveis, baixando gigas e gigas de material descartável e se identificar com personagens cada vez mais caricatos e muito distantes de qualquer coisa que possa completar a nossa vida?
A vida dos seriados de televisão.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Se não é um completo estupro nos metermos na vida dos outros?
Me abrem as portas, entro em sua casa, lhe ofereço perfumes e sussurros adocicados, rasgo-lhe as proteções,
Me deixo cair sobre você aos soluços e faltas de ar: penetrar completamente outro ser humano.
E depois? Depois vem o quê?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Imagens

Se eu soubesse que a tristeza seria uma constante na minha vida, já a teria abraçado e feito as pazes com ela. Mas me disseram não apenas que eu seria feliz e que a vida é bela, mas que eu sou um cara especial e que vou ter uma vida maravilhosa banhada em felicidade.
Me sinto triste e nem sei me organizar pra dizer o porquê de estar triste. Apesar de saber de pequenos elementos, eles ainda parecem bastante nublados e incompletos, imagens e apenas imagens das coisas que me atormentam.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Imagem

Queria saber quando é que vou parar de viver sonhando, sonhando mil horas sem fim?

Cristo na Cruz

- Papai, quanto custa o Cristo na cruz?
Típica feira de Tiradentes




Relato retirado de uma nota no Facebook

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Porcas e parafusos

Síndrome de Macabéia:
Quando tá todo mundo dormindo, ou eu estou sozinho em casa, me dá a maior alegria e vontade de fazer as coisas, ouvir música, dançar, criatividade.
Puts, como eu sou miserável.

Verifique se o mesmo se encontra neste andar.

Desde que não saí de casa as coisas não sairam do mesmo.
É um tal de projeçoes para o futuro que não me importo nem mais com o que vou comer quando estiver com fome, tampouco me importa se a pia está suja. Ainda ontem me peguei pensando que jamais vou poder trazer um amigo em casa com essa sujeira toda.
Então comecei a sonhar que iria aproveitar as férias pra trazer os amigos pra cá todos os dias, e eles ficariam aqui em casa falando bobagem, como deve ser o nosso tempo livre, ser feito de nada.
O problema de não ter grana agrava tudo. Mas que puta nervosismo...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mononucleose

Hoje aprendi que febre, mal estar e dores de cabeça não são sintomas de paixão romântica, mas de mononucleose infecciosa.
Os livros de literatura do colégio estavam enganados.

Pós-Yin e Yang

Relendo algumas mensagens eletrônicas me coloquei a pensar:

Como é que posso falar, quase ao mesmo tempo, tanta coisa linda e carinhosa e tanta bobagem rancorosa e cheia de ódio?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

JC, sangue bom

Uma pessoa que tatua ESTILISTICAMENTE a palavra "Jesus Cristo" gigante no braço é uma incongruência sem limites.
Primeiro que o nosso amigo JC não está nem aí pra o que você faz com ele e com o nome dele. Ele não vai ser mais seu amigo se você carrega crussifixo ou tem aquele rostinho europeu bonito estampado na camiseta. Ele só pediu uma coisa, UMA COISA e quem conhece sabe o que é, depois ele foi embora cuidar das coisas dele.
Segundo, você não vai catar mulher com essa tatuagem aí, porque elas não vvão querer e porque, da forma como vocÊ tá querendo, não agrada nem um pouco ao mano JC.

FDP

Eu estava passando e ouvi a conversa:

- Porra! Você pegou a mina e não comeu?

Eu é que vou pegar você e te comer, filho da puta.

É esse cheiro na minha roupa

Atenção, post originalmente escrito em 17/08/07. Momento histórico em que ainda não havia a lei antifumo, Lei 13.541 de 07/05/2009

Posts anteriores sempre me trazem algo novo:


É desse cheiro que eu estou falando. O cheiro na minha roupa.

Incrível como nunca percebo, só quando chego em casa. É o cheiro da noite de merda, como a chamam por ai. O fedor que só se percebe quando se está nesse estado de "voltei mais cedo pra casa, todos foram cuidar de seus negocios". Mais cedo, corta-foda, esses nomes todos.

É a porra do cheiro de cigarro nas minhas roupas! Cigarros que nem sequer fumei!

O cheiro do cigarro impregnado pode ter dois sabores, que se anulam. O sabor do "dia seguinte", que geralmente é acordar e perceber que guardou a calça no armario por descuido, ou melhor se traduzindo em uma frase, "ontem foi do caralho!". Do lado oposto, o cheiro desagradável do "voltei mais cedo pra casa".

Mura

O gostoso é receber um puta abraço carinhoso só porque sou eu.
Dá vontade de continuar sendo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Muito estranho, mas é assim que é.

Complementando um post antiquíssimo da Laís eu gostaria de dar meu depoimento:
Quanto aos escorpianos que conheço e conheci, ou são extremamente legais, companheiros de bizarrices e inteligentes/bonitos(as), ou não passam de "Lords of Chaos" blablabla blablabla "let the flames of trouble" sei lá o que, e tímidos do tipo que ficam parados e estáticos.
Muito estranho, mas é assim que é.

Mucho Macho III

"O que mantém os relacionamentos sem traição é a punheta"

Palavras de meu mestre.

Mucho Macho II

- Tá magro, ein?
- Muito sexo.

Genial.

Mucho Macho I


Clique para exibir

Quanto mais parado fico, mais feio vou me tornando.

E tem gente assim?

domingo, 16 de janeiro de 2011

As garotas da capital são bem arrumadas, têm cabelos e tatuagens descoladas, atraentes e conhecem aquele monte de música que nunca ouvimos falar antes (mas que todas conhecem e cantam junto no rádio do carro).
As garotas do interior (quero dizer, não-capital) são bonitas e têm o corpo mais bonito. Não têm toda aquela atitude que as garotas da capital precisam ter para poder chamar a atenção, mas possuem uma beleza dos movientos e posições que atrai o corpo e a mente de quem as vê. O nível de sorriso natural nesses locais também é maior.
Festas e locais simples do interior são o melhor lugar pra se encontrar mulheres realmente bonitas e com muita coisa legal pra falar sim senhor.
Quanto menos frescura mais sinceridade.

A respeito da insônia

Boa: é quando a gente tá com vida vazando pelo gargalo e precisa satisfazer essa vontade de explodir em experiência.

Ruim: é quando a gente acha que viver ou não viver tanto faz.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Espelho

OU

(Como arrependimento não é botão de reset - Parte V)

Cheguei a uma conclusão aterrorizante e imbecil: sou realmente incapaz de amar de verdade.
Levei muitas porradas na cabeça e tirei certas conclusões por mim mesmo durante a vida e inventei um modo de se aproximar das pessoas sem toca-las por completo, com medo de me machucar - seres bolhudos eu lhes apresento o mutante da sua espécie!!
Quase nunca as coisas estão perfeitas para mim, principalmente as pessoas. Tenho realmente um problema mental de repulsão a certas coisas e pessoas que me faz agir de um modo sem noção quando me vejo encurralado e sem saída. Não consigo ver uma pessoa com algum problema que já quero resolver no ato, mas também naquelas que perco a esprança fujo correndo, tento me afastar - tenho medo de me tornar essas pessoas, ser tragados por elas, assim como tenho ódio de mendigos porque tenho mesmo é medo de me tornar um mendigo.
Sou um doente que se satisfaz com invenções e projeções do futuro que nunca saem do papel, não dão nem o primeiro passo, pois podem falhar. Quero a falha longe de mim e apesar de ser o mais falho de todos (algum dia meu pinto não vai mais subir, quero ver como vai ser) não consigo ter real compaixão e real amor pelas pessoas. Me aproximo o máximo, até encostar, e ao descobrir os erros e os podres caio fora depois da primeira ou segunda tentativa de arrumar as coisas ruins.
Faço isso com todos.
Sou doente.

(Pra quem perdeu, aqui vão as partes I, II, III, IV e Loucura)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Último Hagakure (não juro)

Na China havia um homem que gostava de imagens de dragões, e todas as suas roupas e mobílias era decoradas com eles. O deus Dragão tomou conhecimento dessa grande afeição e, um dia, um dragão de verdade apareceu na janela do homem. Dizem que ele morreu de medo. Ele era provavelmente um homem que gostava de dizer belas palavras, mas não agia de acordo com elas ao enfrentar a realidade.

Criança mimada

Tô no meu blog
Faço o que eu quiser!

Peso

Brindaram a felicidade do possível futuro.
Não havia peso a se carregar.
Sentaram-se todos ao redor da mesa e discutiam e gritavam e riam e cantavam e colocavam a música mais alto, pra poder aproveitar. Amigos, casuais ou não, mas ne tornavam saudavelmente necessários naquele momento, sem ninguém mandar um no outro, sem ninguém tentando desesperadamente preencher o vazio da existência.
A dois quilômetros e meio de casa fui convocado a voltar, a consciência pesando - "nós podemos te levar, se você quiser" me disseram sorrindo. Mas eu precisava voltar sozinho, foi assim que me construí.
Tentei salvar o mundo quando deveria estar tentando dominá-lo, tentei segurar cada ponta, cada fio, cada mão que me afogava e me fazia de pedra. Achei que um sonho há muito esquecido poderia, enfim, se tornar realidade.
Achei.

Desaprendi a dizer "não" quando se deve, por medo de ser visto como monstro. Alguns erros não estão em mim e não são meus, e nada posso fazer pra consertá-los.

Cheiro, pele, desejo

Odeio com toda a força
O amor bobo, construído, calmo e duradouro.

Me forcei a acreditar
Que o melhor desejo puro vem com o amor
Que não há amarras na confiança
Que a paixão é vazia quando não passa de luz e interruptor

Cansei de dar carinho
Esperando receber desejo, vida, verdade!
Buscando resolver os problemas da humanidade!
Acreditando no "paz e amor"!

Cansei
Da vida incompleta - não se vive só de amor.

Há!

Não é ninguém não é ninguém não é ninguém
Quero ser melhor melhor melhor, quero ser quero ser!
Destruir, apagar, reconstruir, montar em cima, subir subir
É o que eu queria ser, mas não é o que eu sou, quero conquistar, destruir destruir
Ah, conseguir manter a distância possível pra gozar sem me sujar, sem suar!
Um sonho impossível aconteceu, foi sonhado e virou realidade
O cheiro, a pele, o ódio e o asco!! Um sonho pensado mas não planejado
Não queira chorar por um sonho realizado, por favor - "não vou dizer que não foi bom tudo o que aconteceu"

Fim dos sonhos, fim dos desejos, fim do que pode ter sentido na vida.
Domesticar-se, a vida após a morte
Amar aquele que primeiro me proteger, depois vou me procurar.


Amor

Um duelo
Até a morte
Sem perdedores

Menos sonho

Me dêem um sonho
Me deram um martelo
Martelei até o último osso
Não preciso mais do sonho.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Gosto de sujeira boa

Roland Barthes, Walter Benjamin e (sim, maldito!) Adorno.
Me identifico com vocês quando falam da imagem, da sociedade da imagem, do fetiche.

Aprendi com a vida, com os mais velhos, com livros e filmes que a beleza é um momentum, algo passageiro, um tanto ilusório e incompleto. Digo isso porque sou um feio enrustido e recalcado e também porque me cansei da beleza higiênica-sonho-de-consumo.
O que me chamou a atenção e me fez grudar na tela quando assisti "Os Infiltrados" foi a injustiça com que são tratadas as pessoas que, por trás de uma máscara social imbecil, estão exatamente no mesmo patamar natural. O personagem do Matt Damon é o bonitinho do filme, ele é o garoto bom, com o cabelo penteado, vindo de família boa, estudou e se formou com honras, é um exemplo de sorriso no rosto e terno bem passado, subiu na vida como um campeão e pode conseguir todas as mulheres que desejar, afinal, ele é um lindo campeão. O personagem do DiCaprio, veio de uma família desestruturada, perde o controle facilmente por ser mais sincero aos seus sentimentos e seu senso de justiça, estudou pouco, não é tão arrumadinho e limpinho quanto o outro, não tem amigos, garotas, tampouco reconhecimento do seu trabalho.
O filme se desenrola mostrando, num plano bem inferior ao plano principal do filme, o quanto DiCarpio sofre por ser um ninguém na sociedade em que vive (a sociedade tanto da polícia quanto da máfia), e eu acrescento aqui que, em um paralelo com o personagem de Matt Damon, o personagem também sofre por não ser "bonito", bem arrumado e sorridente.

Pois bem, não é de hoje que é difícil descobrir quem realmente é bonito e quem se faz de fofo pra conseguir o que quer. Contudo, na nossa sociedade da imediatez, da imagem e da multipossibilidade, não há tempo pra se construir coisas sólidas e, dessa forma, com certeza a primeira impressão é a que vale. Me lembro que me disseram: "se você colocar uma corzinha aí, com certeza vai chamar mais a atenção", e o fim daquela "corzinha" não era significar absolutamente nada, era só chamar a atenção mesmo.
Não é possível mesmo entender completamente como as pessoas caem na mentira da imagem bonitinha, do garoto cabelinho arrumado, moda da vez ou contra-moda da vez (porque se a pessoa não é a moda da vez ou a contra-moda da vez ela não existe e fica desapercebida mesmo no meio social), da garota frágil precisando de ajuda, criança grande que jamais vai dar um passo sozinha em direção a uma morte mais honrosa. Como pode (mesmo, como pode?) um bolo de aniversário a uma pessoa que não merece? Só para manter o social, pra não ficar sendo o estraga prazer da vez? Mesmo que essa pessoa tenha lhe feito mal? "Acho que foi um mau entendido" - isso mesmo, vamos recalcar e esperar esquecer, baixar a poeira, aprendemos que o conflito é ruim e manda pro inferno quem fica bravo com outra pessoa.
Saio de casa pra conhecer o mundo, é só assim que vou conseguir alguma coisa de verdade. Quanto eu era moleque a gente ia dormir cedo porque não tinha mais nada pra fazer e acordávamos cedo pra ir pra escola, e de tarde tinha um monte de atividades, desde estudar até jogar bola. Hoje a molecada, quando não volta pra casa pra satisfazer seu desejo narcisista de internet, rede social, jogos online, faz isso direto dum celular em todo lugar. "O que é uma pedra?", entra no Google, escreve PEDRA e lê o que está escrito. Olha, são pelo menos dois mil anos de história da humanidade e, com certeza, você não estaria aqui lendo isso se seus antepassados fossem uns bundões que, quando querem saber o que é uma PEDRA, ficam estudando o simulacro de uma pedra ao invés duma pedra de verdade, cheia de terra e micróbio.

Quanto a mim, cronologicamente, percebi que não seria sendo o mais nerd e estudioso de colégio que eu me tornaria uma pessoa boa (estudar pra tirar nota e pra mostrar que consegue decorar mais é coisa pra robô). Depois vi que as roupas super legais e super caras e que mudam toda semana são uma bobagem que a rede Globo e a revista Caras coloca na cabeça das pessoas-zumbi, por isso resolvi usar roupas e acessórios no meu corpo que tivessem alguma mensagem PARA MIM, e que apenas as pessoas realmente desprendidas da convenções "Globais" conseguiriam entender. Depois fui vendo que uma barba escondia o meu rosto, escondia o que eu era de verdade, e por isso passei a me barbear sempre - hoje não acredito mais nisso, apesar de saber que a barba esconde o rosto e cria uma personalidade, ela é uma coisa natural do meu corpo e eu tenho que lidar com isso. Mais tarde vi que ser forte de academia também não presta pra nada, porque apesar de conseguir levantar pesos e pesos dentro das 4 paredes do lugar, fora a gente continua o mesmo bosta de sempre, além do que, carregando pedras por aí não somente a gente consegue a mesma força como ainda ganha uma corzinha de sol e uma mão realmente caleijada. Apesar de curtir muito o Rock e toda a ideologia que ele passa não sinto necessidade de andar por aí com cabelos rebeldes, camisetas das bandas, atitude rock-grunge. Essa ideologia está na minha cabeça, nos meus atos, não preciso de acessórios pra me dar mais energia, minha vida não é WOW, não vou ganhar +2 de Rock se usar uma camiseta xadrex, +4 de atitude se andar com um All Star surrado. Uso isso e ando com isso se eu quiser e me for confortável, caso contrário, foda-se, é só mercadoria. Tanto o é que eu andaria SIM por aí com camisetas que eu fizesse com letras do Doors, Black Sabbat, Beatles, etc. Olha, por um tempo cheva até a pensar assim: "se é preciso tirar uma foto pra provar tal coisa, então essa coisa é perda de tempo", quando via aqueles álbuns de foto do Orkut com um milhão de fotinhas iguais com churrascos, festas, roupas, etc etc etc.

Enfim, tem muita gente filadaputa por aí, casquinha bonita por fora e lazarento no coração, que está se dando bem na vida, ganhando coisas que não merecem, fazendo as coisas "sem pensar" e esperando que o resto da moçada esqueça o que foi feito. Pois bem, a moçada imbecil vai mesmo esquecer e continuar levando a vida desejando comprar seja o que for ou fazer a viagenzinha pra Paris pra tirar foto, mas saibam, vcs filhas da puta que sabem do que tô falando e se identificam com isso, que o pessoal mais velho nasceu num mundo diferente, com um pouco mais de honra inclusive na hora de fazer cagada.

Recomendo, além do filme "Os Infiltrados", duas leituras bem fáceis: o lirvo do "Hagakure" e "Perto do Coração Selvagem" da Clarice Lispector. Muito do que de pensa ser sujeira não é, pouco do que se pensa sobre si mesmo faz sentido.

Elogios

Elogios são congratulações momentâneas de qualquer coisa.
Basta que exista para que seja passível de elogio.
Habilidades, dotes, qualidades e capacidades das pessoas devem ser elogiados com muita sabedoria, pois o elogio pode desvirtuar o objeto o qual se elogia.
Pessoas de cabeça fraca tendem a ser afetadas além do significado ele mesmo de um certo elogio.

Os grandes homens não carregam bandeiras com suas qualidades, eles usam aquilo que têm ao invés de expor - uma medalha no peito é metal cunhado.

Dúvidas

Um espinha no meio das costas incomoda, dói, sangra e é tão inacessível aos olhos quanto uma dúvida pungente.
Pior do que passar a noite em claro, é não ter pensado em nada, nem ter feito algo de útil durante esse tempo todo.
Lá fora sou eu
Rindo
Do que olha de dentro

Haiku - Bom pra mim e bom pra tu

Uma
Palavra
Vontade

Haiku - Bom pra mim e bom pra tu

Eu quero
Eu espero
Eu queria

Haiku - Bom pra mim e bom pra tu

O último suspiro
Sangue sobre a mesa
Picanha, maminha e alcatra

Haiku - Bom pra mim e bom pra tu

No aquário um temaki
Nada despreocupado
Como se houvesse o amanhã

domingo, 9 de janeiro de 2011

Hagakure (mais um)

Pessoas inteligentes usarão essa inteligência para vestir tanto coisas verdadeiras quanto falsas, e tentarão lhe empurrar o que querem com argumentos criativos. Isso é um dos danos que a inteligência pode causar.
Nada que fizer terá efeito se você não se valer da verdade.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Gente estranha

Alguém lhe dirá que é paranóia
Sentir que o jogo está perdido
Mas você responde: "paranóico
É quem descobriu ser perseguido".
Gente é maluca, gente tenta ser feliz, gente tenta encontrar algo que preste na vida, gente se sente ameaçado pela morte só de saber que existe morte, gente perde a cabeça pra continuar vivo, gente perde o sossego antes de perder tudo, gente não tem nada a perder, gente acha que não é mais gente, gente acha que é mais gente que a gente, gente perde a noção de que gente é mais de um e além de nós mesmos.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

De lá de onde venho, também veio aquele senhorzinho alí, e aquela moça bonita Ah, ela já foi embora, também aquele casal com as crianças, alguns daqueles garotos que estiveram por aqui, as garotas que vieram logo em seguida, aquele homem alto, logo alí, conversando com o de branco, o de branco não sei de onde veio, veio também aqueles quatro jogando algo muito comun lá de onde eu venho, e tem também todo o pessoal que você ainda vai conhecer porque vem muita gente de onde eu venho pra cá. Ficamos assim então, de onde venho vieram:

Aquele senhorzinho alí
A moça bontia que foi embora bem agora
O casal com as crianças
Alguns, nem todos, daqueles garotos que estiveram aqui
As garotas que vieram logo depois dos garotos
O homem alto alí que agora está conversando de pé com o de branco
Os quatro jogando, eles nem perceberam a gente aqui.

E amanhã volto pra lá.

Poizé

Mandava com o dedo levantado que todos fossem tomar naquele lugar e mordia o lábio inferior fazendo careta com os olhos e estava cheio de raiva daquelas que muita gente tem quando outras muitas pessoas estão errando feio e precisam mesmo que alguém lhes mostre que as coisas não são assim tão difíceis quanto elas fazem que sejam. Pois não era ódio mas muita vontade de mudança pra melhor e dizem que quando se quer uma mudança há aí um egoísmo muito grande porque as coisas já são como estão e alguém simplesmente acha que elas não deveriam ser como estão então é quando tem gente que vem com ódio tentando destruir o que existe mas nesse caso ela não tinha ódio e só queria saber de mudar algumas coisas para melhor e não era vontade alguma de destruir pelo menos não fisicamente porque disseram também que mudar é destruir porque as coisas já estavam lá e alguém que muda está destruindo o que era. Então foi por isso que ficou assim com um dedo do meio de cada mão levantado e mordendo o lábio e fazendo careta e no fundo querendo que todo mundo parasse de ser tão tão tão tão... tão... tão "todo mundo" e que pelo menos alguém um pessoinha só conseguisse entender o que raios era aquela manifestação caricatural e raivosa.

Cinco anos depois e ninguém sacou dez anos depois e ninguém sacou quinze anos depois e ninguém mais lembrava trinta e cinco anos se passaram para que alguém abrisse um livro com uma foto estranha de alguém mostrando os dedos do meio e fazendo careta de ódio para poder receber o prêmio da academia pelo melhor estudo do comportamento humano sob os efeitos de shampoo de cabelo para cabelos cacheados.

Ainda outro lugar

- É por alí.
- Onde?
- Alí.
- Não vou por alí.
- É bem por alí.

Seguiu e foi seguindo o caminho indicado bem abaixo do portão que parecia não dar em lugar algum. Chegou e parou para tentar ver como estavam as coisas e enquanto olhava uma coisa as outras mudavam mas algumas demoravam um pouco mais para mudar e outras mudavam mais rapidamente então era o mesmo lugar com a paisagem mutável e mutante.

Eu quero eu quero eu quero eu quero
Eu queria... eu queria... eu queria...

Foi embora por um outro caminho que encontrou perguntando aos locais e com certeza chegou a outro lugar nem tanto diferente.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Easy go, easy come

Quando eu ficar velho, quero que me deixem morrer.
É uma coisa que acontece mesmo, não tem como evitar.
Às vezes, acho que é até egoísmo da nossa parte manter vivas pessoas que não tem mesmo mais jeito de viver decentemente. Elas querem voltar pra suas casas, querem saber onde estão maridos e esposas, porque é que tomam tantos remédios, e assim por diante.
E a gente lá, como se estivesse falando com uma criança - hoje em dia tá todo mundo virando criança de novo: "toma só mais esse aqui. Isso, agora esse aqui. Não quer a sopa? Não queeeer? Mas toma só mais essa colherada e mais esse remédio".

sábado, 1 de janeiro de 2011

Muito estranho mesmo (pra quem não consegue ver um palmo além do próprio nariz):

Tem gente que se esforça para ficar sozinho, ser solitário.

Novo ano

Ano novo pra mim é o dia do meu aniversário. É nesse dia que paro e reflito sobre o ano anterior, as conquistas, as derrotas, os cotidianos e tudo o mais, apesar de não pular as 7 ondinhas em pleno Outubro.
Diria que 2010 foi bem mais uma porcaria do que uma coisa extraordinária como foi 2006 pra mim. Bom, nem sempre o ano que vem tem que ser melhor que o anterior, mas esse foi especial: foi o ano de se ferrar com as expectativas ("que sempre nos fodem pór trás").
Foi o ano em que o emprego de fato acenou a mão pra mim e depois fui descobrir que era para a pessoa do meu lado na rua (!), que meu relacionamento com as pessoas foi realmente difícil a ponto de pensar em acabar de vez com essa história de "Mura", que as coisas que aprendi fizeram mais e mais sentido em mostrar que a vida mesmo não faz sentido algum.
Quero passar longe de ser um chorão e um niilista desiludido com a vida, mas o meu 2010 deixou a desejar mesmo.
Não quero esperar muita coisa de 2011, justamente pra não ficar preso a expectativas e a obrigação de faze-las acontecer. Imagine um homem que está assistindo a sombras em uma caverna e de uma hora pra outra sai desse lugar e dá de cara com um sol do meio dia... fiquei cegado com o tanto que a vida não é nada, não passa daquilo que nós mesmos inventamos sobre ela. E inventamos o tempo todo pra poder dar algum sentido artificial a ela, alguma coisa que nos deixe mais conformados com a já artificialidade da vida cotidiana, do homem bom e justo, pai de família, diplomata.
Não me lembro de ninguém, em 2010 que vive realmente. Todos estava só tentando sobreviver - e com isso sonhamos com terras onde jorram leite e mel do meio das pedras.