sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Espelho

OU

(Como arrependimento não é botão de reset - Parte V)

Cheguei a uma conclusão aterrorizante e imbecil: sou realmente incapaz de amar de verdade.
Levei muitas porradas na cabeça e tirei certas conclusões por mim mesmo durante a vida e inventei um modo de se aproximar das pessoas sem toca-las por completo, com medo de me machucar - seres bolhudos eu lhes apresento o mutante da sua espécie!!
Quase nunca as coisas estão perfeitas para mim, principalmente as pessoas. Tenho realmente um problema mental de repulsão a certas coisas e pessoas que me faz agir de um modo sem noção quando me vejo encurralado e sem saída. Não consigo ver uma pessoa com algum problema que já quero resolver no ato, mas também naquelas que perco a esprança fujo correndo, tento me afastar - tenho medo de me tornar essas pessoas, ser tragados por elas, assim como tenho ódio de mendigos porque tenho mesmo é medo de me tornar um mendigo.
Sou um doente que se satisfaz com invenções e projeções do futuro que nunca saem do papel, não dão nem o primeiro passo, pois podem falhar. Quero a falha longe de mim e apesar de ser o mais falho de todos (algum dia meu pinto não vai mais subir, quero ver como vai ser) não consigo ter real compaixão e real amor pelas pessoas. Me aproximo o máximo, até encostar, e ao descobrir os erros e os podres caio fora depois da primeira ou segunda tentativa de arrumar as coisas ruins.
Faço isso com todos.
Sou doente.

(Pra quem perdeu, aqui vão as partes I, II, III, IV e Loucura)

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