OU
(Como arrependimento não é botão de reset - Parte V)
Cheguei a uma conclusão aterrorizante e imbecil: sou realmente incapaz de amar de verdade.
Levei muitas porradas na cabeça e tirei certas conclusões por mim mesmo durante a vida e inventei um modo de se aproximar das pessoas sem toca-las por completo, com medo de me machucar - seres bolhudos eu lhes apresento o mutante da sua espécie!!
Quase nunca as coisas estão perfeitas para mim, principalmente as pessoas. Tenho realmente um problema mental de repulsão a certas coisas e pessoas que me faz agir de um modo sem noção quando me vejo encurralado e sem saída. Não consigo ver uma pessoa com algum problema que já quero resolver no ato, mas também naquelas que perco a esprança fujo correndo, tento me afastar - tenho medo de me tornar essas pessoas, ser tragados por elas, assim como tenho ódio de mendigos porque tenho mesmo é medo de me tornar um mendigo.
Sou um doente que se satisfaz com invenções e projeções do futuro que nunca saem do papel, não dão nem o primeiro passo, pois podem falhar. Quero a falha longe de mim e apesar de ser o mais falho de todos (algum dia meu pinto não vai mais subir, quero ver como vai ser) não consigo ter real compaixão e real amor pelas pessoas. Me aproximo o máximo, até encostar, e ao descobrir os erros e os podres caio fora depois da primeira ou segunda tentativa de arrumar as coisas ruins.
Faço isso com todos.
Sou doente.
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