sábado, 29 de agosto de 2009

Ennio Morricone

Dos filmes anteriores:

Não sei dizer até que ponto Ennio Morricone é um músico fantástico enquanto compositor e maestro de música para cinema ou se é um mero (DUVIDO!!) acaso que diretores italianos com seus grandes filmes utilizem a música do cara em suas belas películas. Mas a verdade é que, desde que assisti pela primeira vez "Cinema Paradizo" não consegui conter as lágrimas durante a narrativa simples (DUVIDO!!) do garoto Toto. Aquilo tudo se passa na memória de um já velho Toto o que dá liberdade para a fantasia sobre o real: até um punhado de terra arenosa e vermelha pode ser bela na lembrança de alguém. Morricone consegue criar um significado que segue em paralelo com a imagem, mas com seu grau de autonomia que faz com que a música também nos conte quem é Toto, quem são as pessoas ao seu redor, como é sua cidade e, acima de tudo, o quanto tudo isso representa para o personagem principal.

Contudo, não apenas no filme de Giuseppe Tornatore, um grande diretor com uma grande narrativa imagética, mas também nos filmes de Sergio Leone, não consigo conter o nó na garganta criado pela beleza estética da junção imagem/música. Em uma cena como "Era uma vez no Oeste", na qual a personagem segue pela primeira vez para "Água Doce" e vê-se a imensidão do deserto e aconstrução da ferrovia que, trazendo os novos tempos, irá acabar de vez com o mundo do Velho Oeste, me emociono com a beleza daquilo tudo - seguro as lágrimas mais uma vez. Em "Era uma vez na América" acontece a mesma coisa, nem me dou conta de que é Robert DeNiro que está na tela no papel de "Noodles" e não passo os planos tentando descobrir se aquilo tudo é um grande cenário à moda italiana ou é uma locação real. Quando as crianças atravessam a rua à distãncia, todos juntos, quando ouço o tema de Deborah, não consigo pensar em outra coisa que não seja ainsignificancia da vida peranta a arte. - Mas é essa insignificancia, criadora da própria arte, que mareia meus olhos.

Não sei qual a "fórmula" de Morricone em suas músicas, não estudei música tão a fundo para entender o porque o violino entrou em tal parte ou ficou mudo em outras, mas, como qualquer mortal, consigo sentir pelo ouvido tudo isso misturado. É incrível como as passagens mais fortes, que apertam no coração enquanto assisto, são aquelas de certa forma simples, que vão num esquema II - V e terminam num acorde com sétima maior tão lindo quanto inesperado.

Morricone sabe como usar o acorde de sétima maior. E, para alguém como eu que aprendeu no Jazz e Blues, é difícil comseguir se segurar nesse tipo de acorde - mas isso é outra história.

1 comentários:

Eduardo disse...

Mauros, estão ótimos seus textos, de verdade.


Voltei a postar.