quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Há um nome, há definição.

Nada iria dar certo. Melhor, TUDO não iria dar certo.

Era como se, antes mesmo de acontecer, as coisas já soubessem seu destino, permanecendo, então, imóveis. Vontade de não sofrer, nem ser feliz.

Havia movimento, sim, mas apenas a energia e nada mais. A única e exclusiva energia que passava de um corpo a outro, objeto a objeto. Estava em cada um e em todos ao mesmo tempo, por isso sabia que não poderia dar certo.
Não era a energia que tinha a ciência do que iria ou não ocorrer, era o espírito. A energia já existe e sempre existiu, mas o espírito muda: a cada situação, o mesmo espírito, mas se manifestando de maneiras diferentes. A energia não, ela apenas está mais intensa ou menos perceptível. É por esse motivo que um depende da outra, mas jamais um será a outra.

Incompreensível?

Sabendo que qualquer coisa não iria dar certo, seguiu o conselho das coisas, dos objetos. Ficou imóvel. Imóvel como jamais ficara. Seus pensamentos também imóveis.

Foi aí que o tempo parou.

Mas parou de verdade! Não se pensava mais em "TEMPO", não se perguntava mais "O que é o TEMPO?", pois já não mais existia um TEMPO. Então foi assim que surgiu a VIDA. Sim, e sem a MORTE. Não havia mais o TEMPO, não poderia assim existir a MORTE. Mas, por mais estranho que pareça, existia a VIDA. Sim, claro! Como não poderia existir a VIDA, se a estava sentindo naquele momento? VIDA existia.
Não procurou apalpar a VIDA, nem mesmo sentir seu sabor, apenas sabia que ela ficaria alí, como a energia das coisas. Sentia-na ficar mais forte, uma sensação única e espetacular. Depois ficava fraca, um buraco-negro vindo do meio do peito, uma experiência que jamais tentaria esquecer.

Então começou a percber que, se existia a VIDA e conseguia sentir sua existência (e a existência da VIDA), era preciso saber o que era a VIDA. Sim, pois se conseguia sentir, e ela realmente existia, deveria haver alguma explicação! De que serve algo se não podemos explicá-lo?
Queria conhecer, queria obter, queria o poder sobre essa sensação tão boa.
Foi aí que se perguntou: "E a VIDA é até quando?". E a MORTE passou a existir. Sim, pois se existe um fim para a VIDA, esse fim é a MORTE. Definitivamente a MORTE.

Percebeu o quanto era fraca sua VIDA, e o quanto era obscura e enigmática sua MORTE. Enigmática porque não se sabia nada sobre ela, era apenas a MORTE e pronto. "Então, a MORTE é espírito?". Sendo assim, existe o TEMPO. Claro! Como é possível que acabe a VIDA e exista a MORTE sem que haja o TEMPO? Estava criado o TEMPO.
Mas o que será o TEMPO? O TEMPO deve ser energia e espírito. Os dois juntos. Sim, para poder satisfazer tanto a VIDA quanto a MORTE. Mas era impossível! Energia jamais será espírito, e espírito não é energia. O que é o TEMPO então?
Como poderia viver, ou como poderia morrer se não conseguia decifrar o TEMPO?

Pensava em uma resposta...

Era impossível algo estar certo! Era impossível TUDO estar errado!
Nada iria dar certo. Melhor, TUDO não iria dar certo.

1 comentários:

Mura disse...

Mardito texto antigo que me volta na cabeça...