segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Da possibilidade de chutar tudo pro alto!

O post passado me lembrou essa história:

Quando estava para ir para a primeira série do colégio, não sei por que razão a diretora quis que eu fizesse um texto, daqueles dizendo o quanto a escola é boa, o quanto os amigos ficariam na lembrança e todo um monte de "novelices rede-globais" que a situação pedia. Pois bem, com a ajuda de minha mãe em alguma "inspiração" escrevi o tal texto que exaltava a escola e o estudo do homem de bem.
Acontece que, para quem é tímido, escrever é fácil, aliás, de tão impessoais que eram tais impressões, nem tive problema em escrever aquilo tudo, porém na hora de falar em público, em um palco, à frente dos pais e dos coleguinhas, o que poderia eu fazer?
Aquilo tudo era muito distante de mim, falar em público, exaltar qualquer coisa, ser o centro das atenções. Tudo o que sempre fiz foi passar um pouco desapercebido no meio de todo mundo, fazendo aqui e alí só o que me convinha, o que me dava prazer.
Moral da história: no momento em que fui chamado à frente da meia-lua que formávamos no palco da formatura da Caracol e me vi bem no centro daquilo tudo, com um microfone na boca, congelei por um segundo e só consegui dizer com a cabeça: NÃO.
- Não?!
- Não (com a cabeça).
Nem quis saber, voltei para meu lugar na meia-lua e fiquei quétinho. A Quió se propôs a ler meu texto.
Engraçado que me lembro dessa cena toda, mas não consigo sentir remorso ou culpa ou o que seja de negativo que devo ter sentido na hora (algumas lembranças vêm com as sensações). Pelo que me parece, o que senti MESMO no momento em que voltei para a fila foi alívio.

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