domingo, 6 de janeiro de 2008

Do horror de querer sera alguma coisa

O post anterior lembra um pouco esse aqui:

Levava um vida tão banal que nem ao menos se lembrava que dia era. Apenas seguiu em frente, rumo ao almoço.
Na rua, os tais carros passavam em suas tais friezas e velocidades fazendo aqueles tais ruídos maquinais e soltando toda aquela bobagem repetida mil vezes, a fumça. Tudo como ele já vira em todo o lugar, do jeito que ouvira.
De cabeça, calculava quanto seria a conta a pagar pelo kilo de hoje. Quantos gramas seriam, $1,5 cada cem gramas. Pagaria com umas duas notas e tres moedas reservadas desde cedo no troco do tal café preto.
Ouviu, então, alguém declamando Drummond, como sempre faziam os chatos alí na região. Ele buscou saber quem seria. Era alguém qualquer do outro lado da mesma calçada.
Por detrás da nuca ouviu uma bozina desesperada. BAM! Foi atropelado por um carro preto que parou logo em seguida. O motorista desceu, "está tudo bem?"
Ele se levantou, pegou as moedas do chão e seguiu em direção ao kilo.
Amanhã seria diferente: pagaria o café com moedas, assim não sobra troco.

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