quinta-feira, 29 de março de 2007

"Mas vida ali que sabe eu fui feliz..."

O post anterior me fez pensar no seguinte:Hoje encontrei uma pessoa muito interessante. Estávamos sentados, tínhamos os olhares vagos tentando penetrar o chão ou o teto ou o que quer que fosse, mas estávamos nos comunicando normalmente. Não me lembro o porquê, mas ele respondeu dizendo que não acreditava em Deus ou qualquer dessas divindades que criaram o mundo e que regem os seres humanos e toda essa historia. Já havia vivido um tempo de sua vida, segundo essa pessoa, o tempo suficiente para chegar até ali, naquele momento, e por isso pensava em diversas experiências que tivera durante essa sua vida. Isso fazia com que essa pessoa afirmasse com convicção "agora, não acredito em Deus ou derivados". Segundo ela, esse tipo de crença a faz desacreditar um pouco de si mesma e seguir algo que não está ao seu alcance. Analisando profundamente, todas as religiões dizem a mesma coisa: "seja alguém bom". Para cada uma há uma definição de BOM, quase todas estão interligadas, são sinônimas. Afinal, para que seguir alguma coisa, se o BOM está em tudo?, é necessário apenas ser bom e pronto. Diz essa pessoa que seu pensamento "hoje e agora" é o de que o mundo é um lugar grande e de certa forma horrível, todos querem tudo e isso faz com que se frustrem de tal maneira que vivam em seus próprios mundos imaginários e sigam algo automático a que chamam vida. Ela mesma percebe que segue vários desses sistemas automáticos, mas me parece que assim é diferente, afinal, ela sabe onde está. Devido ao acumulo continuo de frustrações, as pessoas têm um medo terrível da morte, afinal, de que serve toda a vida, tudo que construímos intimamente e materialmente se, um dia qualquer, morremos e deixamos tudo para trás? Essa pessoa me disse que "agora" acredita que, quando morremos, é para sempre, é tudo uma questão de carne, sangue, bactéria, etc. A tal da VIDA que temos está em nosso cérebro, quando ele morre, morremos junto. Nada de alma, reencarnação, segunda vida, nada. Morre-se e pronto.Fiquei pensando, então a idéia é se matar, já que não adianta viver?Claro que não, vive-se e pronto. Úma vez se tendo essa oportunidade, tem-se que aproveita-la. Essa pessoa me contou sobre Sócrates. Na verdade já conheca a historia, mas prestei muita atenção. Sócrates foi condenado a morte e, na noite que precedia sua execução, pediu que um discípulo lhe truxesse uma flauta. "Para que aprender a flauta, mestre, se vais morrer ao amanhecer o dia?", o condenado respondeu "Você também vai morrer. Um dia". O que a tal pessoa quis me dizer é que a vida é apenas vida, tudo o mais, é cérebro, portanto, mente humana.Pedimos mais algumas cervejas.

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